terça-feira, 30 de outubro de 2012

F.S


Nem tudo faz sentido quando o sentido já deixou de existir, e se alguma vez chegou a existir depressa se desfez antes que o desfizessem e aí soubessem que jamais existiria.

Os textos já não fazem sentido, a devoção que um dia lhes dei acabou por fugir, ela sabia que um dia haveria um desfecho, e antes que o extremo chegasse fugiu de mim. Era um vício, um desabafo eterno deitado para o papel, palavras mudas escritas por um coração com saudade, que mais que nunca, durante 4 anos necessitou de sentir perto do que já não podia estar; agora não é que já não precise, mas essa necessidade percorre lágrimas de um rosto molhado, e por isso este rosto frio em que o sorriso quente arrefeceu, o que eram as cores quentes, o amarelo, o rosa, o vermelho, o que era a vida, tornou-se, lamentavelmente, a morte, o preto, o roxo, o cinzento, incansavelmente tomaram conta de mim, do sonho...
Por muito esforço que se faça nada volta, os sítios que eram os do costume tornaram-se vulgarmente cansados de pessoas que sempre lá estiveram mas que se esqueceram, o tempo não permite que todos se lembrem, e mesmo, haverão pessoas que o fazem de propósito, e tudo cai no baú do esquecimento. Mas eu nunca te esqueci, nem sequer o irei fazer, porque a melhor memória que tenho de ti, o céu azul que os teus olhos reflectiam e o beijo que todos os dias me davas e com indiferença dizias “então já acabou por hoje?”.

Passado, durmo lado a lado com ele, e busco-te a cada instante no céu brilhante da noite!

(Meu eterno, F.S)

domingo, 28 de outubro de 2012

Momentos de Mudança - SIC

Numa fase em que o sector da comunicação social trava a maior batalha de sempre com a crise e novas tecnologias, deixando profissionais desempregados e o verdadeiro jornalismo ‘apagado’ por programas onde intrigas, sexo, violência e até a burrice dão mais audiência. 
Preferem-se programas de treta às reportagens que mostram realidades de todo o mundo, porque sai mais barato meter-se 12 paspalhos numa casa do que investir no jornalismo. 

No mês em que a SIC comemora 20 anos de emissões, estreia uma série documental debruçada nas maiores transformações vividas pelo país de 1992 a 2012. 
«Momentos de Mudança» acompanha vários portugueses até ao instante em que experimentam viragens profundas e marcantes nas suas vidas, é aqui que onde o formato de reportagem volta a ganhar terreno e a prender o telespectador ao grande ecrã com conteúdos de informação e da realidade de outros mundos que nem sempre se conhece.

   

A 22 de Outubro Alexandra Delgado entrou pela casa dos portugueses para contar e mostrar ao país como é que uma rapariga com HIV lida consigo, com a família e com o mundo ao seu redor. A viver numa aldeia no meio do Alentejo, para Alexandra o seu maior problema não foi os pais terem-lhe transmitido a doença, mas sim lidar com preconceitos a que a capital já não está habituada. Mas ainda assim, a jovem do Alentejo confessou, já em lágrimas, que o seu maior medo não é ficar sozinha e que ninguém seja capaz de a ver para além da doença. 

É por isto e muito mais que as reportagens são necessárias, não só para entreter, mas para envolver o espectador e dar-lhe a conhecer causas e vidas em constante mudança.

A série é produzida e realizada por uma equipa formada por Cândida Pinto, Jorge Pelicano, João Nuno Assunção, Marco Carrasqueira e Inês Rueff (estagiária). 

Aqui ficam as minhas grandes felicitações à Sic pelo trabalho desenvolvido. 

Vê aqui a reportagem Momentos de Mudança – Alexandra | Viver com HIV

domingo, 21 de outubro de 2012

Dormi a teu lado...


Esta noite sei que vieste, senti o beijo de boa noite, o teu aconchego, a tua mão protectora sobre a minha face, deixaste-me um bilhete e sussurraste-me ao ouvido bem baixinho, para que eu não acordasse, «Amo-te…». Quando acordei, pensei ser apenas um mero sonho, no meio de tantos em que tu entras, mas enganava-me, o bilhetinho comprovava a tua presença e o teu sentimento «Esta noite, dormi a teu lado. Amo-te».

sábado, 20 de outubro de 2012

A & Z

Ali ao lado, olho e vejo, que a felicidade que se vive agora é mais profunda do que a que antes se vivia. Não espera, engano-me, afinal aquele sentimento de contentamento, satisfação e alegria que o coração, inicialmente, noutros tempos, sentia, hoje nem está mais. Trocou-se o bater veloz, que vinha cada vez que se entrelaçavam olhares, pelas lágrimas que hoje se perdem, não de água, nem de sangue, mas de vida, lágrimas feitas de uma poesia com um final ainda por se cantar; foi tão brusca a mudança que não deu tempo de se compreender.

 (inspirado numa historia verídica)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Eu reparo em ti

Eu reparo em ti, à noite fecho os olhos e estás lá sempre, sinto o teu cheiro, o aconchego, o teu olhar que prevalece sobre mim para me proteger, essa cor excepcional, o teu carinho e o beijo na testa que sempre me vens dar, aquele que me faz adormecer e que me acaba por fazer respirar. Porque as estrelas mais belas não brilham na noite, mas sim dentro de cada um de nós, e tu brilhas e iluminas tudo ao teu redor. 



Para: Marta Filipa Pires Lopes

domingo, 14 de outubro de 2012

«Cultura é resistência» junta milhares de pessoas

Portugal está de pantanas. Entre cortes e mais cortes, políticos em guerra, despedimentos e o mundo que se esquece da nossa grandeza, ainda existem pessoas que tentam e voltam a tentar fazer as maiores manifestações.
Há semelhança da manifestação do passado 15 de Setembro que reuniu em Lisboa, e no resto do país, milhares de pessoas, este sábado 13 de Outubro voltou-se a reunir no centro de Lisboa uma multidão que gritava que «cultura é a alma de um povo», já dizia Fernando Pessoa.
As palavras de ordem de Zeca Afonso voltaram a ecoar num pais que está de pernas para o ar, mas os grandes políticos e governadores deste país parecem continuar sem lhe dar ouvidos e sem ouvir o povo que lhes paga as viagens, os almoços e jantares e até os bons carros. No espírito das mais recentes mobilizações populares, profissionais do mundo da cultura juntaram-se aos populares sob o lema «Que se lixe a troika! Queremos as nossas Vidas» para um grande evento cultural.
A cada dia que passa há uma nova percepção da grave situação em que se encontra o país, sendo urgente a necessidade de outras perspectivas. A cultura é imprescindível para a consciência de um povo, e é essa própria consciência que por sua vez cria e dá conteúdo à cultura.
O 13 de Outubro foi um protesto internacional, o Global Noise, onde a iniciativa se inseriu, fazendo deste dia um marco histórico e cultural, trazendo da rua para a arte e da arte para a rua toda a energia que as percorre.

Em Lisboa, cerca de 10 mil pessoas assistem pacificamente aos concertos do protesto «Cultura é Resistência», na Praça de Espanha.
No norte do país, no Porto, o protesto teve como recurso tachos e panelas para que assim o som ensurdecedor chegasse aos ouvidos de quem não quer ouvir.
Por Braga, cerca de 600 pessoas estiveram contra os cortes na Cultura, «sem cultura o homem transforma-se em cão».
Em Coimbra, existiam canções, coreografias e tacholadas, integrando-se no protesto nacional «Que se lixe a Troika! Queremos as Nossas Vidas!».
Em terras alentejanas, a canção «Grândola, Vila Morena», de Zeca Afonso, marcou o a manifestação cultural contra as medidas de austeridade.
No ponto mais a sul do país, Faro, 300 pessoas juntaram-se e marcharam por várias artérias da cidade.

O movimento « Que se lixe a Troika! Queremos as Nossas Vidas!» promete continuar a reunir milhares pessoas por todo o país e não baixar os braços, dando luta e fazendo-se ouvir ainda mais.




sábado, 13 de outubro de 2012

Um adeus que foi para sempre




A tarde estava pálida, ela tinha acabado de acordar, pegou no telefone e ligou, a quem mais poderia ligar senão a pudesse acalmar? Ligou-lhe, então do outro lado ouviu:




- Então, amor, como estás?
- Bem sempre bem, como me ensinaste….
- Oh vá lá, não sejas assim eu conheço-te!
- E tu como estás? Melhor?
- Na mesma… as coisas não são assim
- Preocupa-te contigo, em ficar bom, tudo o resto não interessa é secundário
- Olha, vou desligar, um beijo.




E antes que tivesse tempo de dizer “Adeus” já ela ouvia o “pii pii pii” do outro lado.
Refugiou-se nos lençóis, fechou os olhos só mais um pouco, desejou adormecer outra vez, desejou que estivesses do meu lado, desejou, desejou…
A tarde foi ficando nobre, mas ela no seu estado de lástima já degradado continuava presa debaixo dos lençóis, achara que assim se poderia proteger do mundo com uns simples lençóis, foi boba, ainda o é.
O tempo foi passando e o sol trocou de lugar com as nuvens, estas por sua vez trouxeram a lua, naquele dia mais depressa que nos outros dias, ou seria ela que teria ficado tempo demasiado abstrusa do mundo? Não interessa, já pouco do que a vida tinha lhe interessava, a cativava ou a apaixonava.
O rádio toca por tocar, o computador ligado por estar, a televisão fala sozinha e os livros mudos chatearam-se consigo, já ela chateou-se com a vida. Acha justo já que a vida lhe virou costas e o mundo nem se importou.




- Olá então como é que estás, melhor…?
(Fez-se silêncio, e o silêncio torna-se constrangedor quando já não se vive por gosto)
- Mal. E tu?
(A frieza gelou ainda mais aquele silêncio que se fazia sentir)
- Bem… queres falar sobre o que tens?
- Eu sei como estás. Não finjas, eu conheço-te. Eu estou triste, vazio, perdi o gosto pela vida, sinto-me distante… Andreia estamos tão distantes. Tu não me percebes e eu não te percebo…
- Não te quero massacrar com os meus problemas.
- Se me contasses…
(Ela interrompeu, não o queria com pena, não queria que a sua última recordação fosse pungente, queria protege-lo)
- Não te vou contar, tens um grande problema para resolver e isso já te ocupa bastante tempo.
- Eu estou a sofrer tanto, sinto-me vazio, vazio, triste, escuro, sabes?
- Sim sei, acredita que sei mesmo!
- Mas ainda ontem disseste que não tinhas conhecido ninguém que passasse pelo mesmo…
- Sim não conheço, mas sei exactamente o que é esse vazio…
- Desculpa-me, mas quero ficar sozinho…




O chão estremeceu, o céu desabou. Um terramoto? Um furacão? Não, não, não!!! Eram apenas pedaços do seu coração.
Sentiu os pés húmidos, chegou a achar que estava a delirar, mas espreitou e apercebeu-se do enorme lago que as lágrimas que saiam do seu vulto formavam; gritou, chorou, “Porquê, mas porquê a mim? Merecia assim tanto isto?” perguntou-se vezes sem conta, mas ninguém a ouviu, não haviam respostas. O mundo tinha parado, ou estaria ela no compasso errado da valsa que nos consome durante a vida?
Perdeu a noção do tempo, os lençóis eram agora o seu refúgio, as poucas palavras que dizia revelavam desgosto, mas ainda assim amor, e no meio desse sentimento e dos olhos inchados da epilepsia que ali adquiriram via-se o cansaço, o esgotamento que lhe consumia a vida, que a fizeram perder o sorriso, que a matava dia após dia e a retirava do mundo.
Era uma sombra, sentia-se sombra já sem ninguém, sozinha, perdida, já nada tinha e então desejava, desejava…
Sabia o que tinha, sabia que estava sozinha, ninguém a ia perceber, foi por isso que deixou o que mais amava ir-se embora, ninguém sabia o que tinha, ninguém a olhava como alguém que precisava de ajuda, olhavam-na como uma menina feliz, tímida e forte que agora perdera o sorriso, o verdadeiro sorriso mas ainda desejava, desejava…




- Sim ainda gosto de ti…




O coração dela já não palpitou, os olhos já não se abriram e a audição também a atraiçoou. Evadiu-se do cosmos sem ouvir o que mais queria, o que tanto desejava. Por ela abaixo escorria o sangue que denunciava a sua partida, e o vento uivava como um pobre cão que prediz uma notícia.
Ela sabia que num amor imortal não eram as lágrimas que os ia juntar mas a força desumana que os consumia. Foi amá-lo num lugar seguro, imune, o lugar onde sabia que o podia proteger, e tudo o que mais queria era ver o sorriso estampado na face do homem que sempre amara mesmo antes de lho dizer. Uma estrela.


- A tendência é quando se vê um grande amor a querer sair pela porta correr atrás, prende-lo, nem que seja só mais um pequeno instante; quer-se uma recordação melhor, o último beijo, o último olhar, a última chama viva que o coração deita. (Muitos dizem por isso que somos fracas, outros que por sermos assim somos mais fortes.) - 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Caminhámos juntas

Caminhámos juntas durante dias, meses, anos talvez, horas a fio, e eu sentia apertares-me a mão sempre que havia necessidade, olhávamo-nos como duas crianças que por momentos quiseram ser senhoras, cada uma por si. 
Caímos!
Caímos tão velozmente, sem tempo de percepção sobre cada acto, que quando tu ainda me dizias que eu perdia com o tempo, sem te aperceberes, já tu tinhas perdido tudo, tudo num único e amargo instante. Achavas-te dona do mundo, voz de uma razão que acabaste por despedaçar a caixinha da amizade que um dia te entreguei, vi-a hoje no meio de espinhos, desfeita e sem a música que antes cantávamos. A vida não foi como a pintámos, esse retrato manchou com tanta lágrima agora perdida, a vida é o que fazemos dela; é este o resultado.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Coração que nos guia

Senti-o pela alma acima, senti-o vibrar, o seu odor, o sorriso, o doce brilhar do seu pequeno olhar, tudo se enlaçava em mim à medida que se aproximava. Era como se estrelas brilhassem, sininhos tocassem a mais bela canção sobre mim e não existisse mais ninguém, naquele momento, no universo que me pudesse deter. Vi-o virar-se lentamente, vi-o cada vez mais perto, como se não houvesse mais um instante a perder, como se algo nos ligasse já há muito tempo e que sem sabermos nos guiou um até ao outro. Foi estranho, mas acabou por acontecer, não eram apenas entoações sonoras que eu ouvia, eram melodias de que ama e sabe o caminho que tem de seguir. O seu toque, o céu, a lua, por ensejos não existiam limites e eu sentia-me pequena nos braços de alguém tão grande. A verdade é que quando o momento chega, nada o pode contender, o coração parece detonar-se por si só e na eloquência do mundo apenas dois seres interessam, dois seres que formam unanimemente um. 

Não são precisos mapas, o coração acaba por nos guiar.

Um dia vais ser tu

Um dia vais-te perguntar porque é que mais nenhuma deu certo. Um dia vais querer saber a razão de todas as lágrimas perdidas. Um dia vais querer saber porque sorriste para a pessoa errada. Um dia vais querer ser tu e não vais conseguir. Um dia vais achar que ninguém te vê mas és tu que não vês o mundo. Um dia mais querer tudo e ninguém te vai dar nada. Um dia vais achar que não há ninguém certo para ti. Um dia vais deixar de acreditar no amor. Um dia vais deixar de cantar. Também vais deixar de acreditar em contos de fadas. E ainda vais achar piroso tudo o que envolva corações. Um dia vais querer estar a ouvir o mar e não vais ter ninguém para te abraçar. Um dia vais lutar e voltar a perder. Um dia vais perguntar-te porque é que cais tantas vezes. Um dia vais sair à rua de pijama sem te importares com ninguém. Um dia vais olhar para um desconhecido e não sabes se ele é o tal. 

Mas... 

Mas… Um dia vais ser tu novamente. Um dia vais olhar para trás e perceber que todos os erros trilharam o caminho até ao amor da tua vida e que os voltarias a cometer todos novamente.. Um dia vais perceber que todos temos uma pessoa destinada. Um dia vais saber que independentemente do tempo lá fora há alguém que te vai sempre abraçar. Um dia vais encontrar a tua felicidade. Um dia vais encontrar o verdadeiro amor. Um dia vais acreditar que ninguém invade o teu castelo. Um dia vais perceber que afinal és imbatível. Um dia vais voltar a ter o mundo nas mãos. Um dia vais achar que todas as músicas de amor são para ti. Um dia vais fazer o teu próprio conto de fadas e vais conta-lo vezes sem conta. Um dia vais ter ao teu lado o homem da tua vida e não o vais deixar fugir! 

Um dia vais ser tu, mas esta foi a minha vez.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Elas vão à luta contra a austeridade


A Marcha Mundial das Mulheres (MMM) é uma rede feminista internacional que se constituiu em 1998 para unir as mulheres do mundo em acções de luta contra a violência e a pobreza. 

Se o povo unido jamais será vencido, as mulheres vão agora à luta com a campanha feminista anti-austeridade. 


Trata-se de uma campanha de âmbito europeu que foi aprovada na reunião europeia da Marcha Mundial das Mulheres e que já contou com duas reuniões preparatórias em Portugal Continental e nos Açores. A campanha vai ser lançada publicamente a 4 de Outubro (5ª feira) em vários países da UE. Em Portugal o lançamento ocorrerá no Largo de S. Domingos (Rossio), a partir das 17h e nos Açores às 9h30 na Rua de São João 33, em Ponta Delgada, com breves apresentações enquadrando esta campanha e algumas das suas acções, com a entrega de um panfleto à população e de um dossier de imprensa com diversos documentos explicativos. Na medida em que se trata de uma campanha que vai decorrer ao longo de vários meses até 8 de Março de 2013 e, embora tenha já algumas datas e temas definidos e consensualizados a nível europeu, a campanha está em aberto e pretende ser uma iniciativa em construção, a ser ampliada e alargada o mais possível a nível nacional. 

Convidam todas/os as/os interessados/as a estarem presentes no dia 4 e a envolverem-se na construção e no alargamento desta campanha feminista, cujo principal objectivo é a mobilização das mulheres na luta contra a austeridade e as medidas penalizadoras que vão empobrecendo e restringindo cada vez mais a sua autonomia e os seus direitos. 

Para as mulheres que queiram participar:


Para mais informações: mmmulherespt@gmail.com

A Diana já foi encontrada

Depois de Portugal aderir ao movimento «À Procura da Diana» a Cacharel vem agora revelar que tudo não passou de uma manobra de publicidade para o perfume «Catch me». A marca que conseguiu tocar no coração dos portugueses, vê-se agora obrigada a dar explicações sobre a campanha, depois de não só ter ferido os sentimentos de quem quis ajudar Ricardo a encontrar a sua amada, mas ainda de Miguel Morais Vaz, secretário geral do ICAP (Instituto Civil da Autodiscipliba da Comunicação Comercial) que se diz «Muito surpreendido» com toda a acção da Cacharel.

A campanha começou no Facebook como um pedido de ajuda de Ricardo para encontrar Diana, uma rapariga por quem se teria interessado em plena manifestação do «Que se lixe a troika» a 15 de Setembro. O impacto nas redes sociais foi tanto que a notícia saltou os jornais e originando reportagens na televisão. Esta terça-feira, a marca de perfumes revelou na sua página do Facebook que se tratava de uma acção para a promoção do perfume «Catch Me», no mercado desde 20 de Setembro. O secretário geral do ICAP não adianta muito, tendo referido apenas que esta acção «fere vários preceitos legais».


A notícia de que o movimento À Procura da Diana tinha por trás toda uma estratégia de marketing revoltou os portugueses que partilharam novamente nas redes sociais o sucedido. No Movimento Anti-Cacharel Portugal agrupam-se pessoas indignadas com a marca que chegam a sugerir que vão deixar de seguir a marca.

Ainda que se tenham infringido leis e o coração sentimentalista dos portugueses, a Cacharel conseguiu, a nível nacional, despertar a nação, ainda que apelasse ao lado de «bom samaritano» de cada um. Todos quiseram encontrar a Diana, mas foi a Diana que se encontrou. Agora que tudo está revelado, a notícia continua a fazer crescer tinta nos media que divulgam a cada momento a indignação do povo. E assim continuamos a falar da Cacharel, para o bem ou para o mal…

A famosa Diana da Cacharel