segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Já vivemos vales e montanhas

Hoje o dia acordou cinzento, por mais que eu pusesse o sorriso que não posso perder, continuava cinzento, como eu, como se o sol so aparecesse se eu sorrisse e a escassa vontade que havia deixava o sol longe desta menina que é Lisboa. Entre os Arroios o Oriente fui passando e vendo todas as gentes, os freaks, os punks, os mitras, os betos… os milhares de betos que agora abundam e lembrei-me que um dia olhei para uma pequenina menina emo-punk com 3 pontinhos no canto do olho e apaixonei-me, os seus textos eram perfeitos, as suas palavras ardiam-me por dentro de tanto em comum que havia, a extravagancia da vida era a mesma, sorrisos e lágrimas sempre sinceras sem a preocupação do mundo que olham além. Vi essa pequena menina maior que eu crescer, ainda mais, vi-a tornar-se numa freak fritada como eu, numa freak beta, a minha loira que agora esta novamente morena e que dizia que eu era como uma borboleta que voava sempre mais. Percorremos tantas vezes a Baixa e o Chiado, Belém e a Expo, o Macdonald’s era o nosso santuário todas as tardes, todas as noites, sempre, sempre de maquina fotográfica atrás temos pena de as fotos não terem som e ao poderem reproduzir o “Cagueto” ou o “HAN!!” que a Andy fez no desespero de por um ganxo, ou até mesmo as gargalhadas parvas que damos e as bebedeiras que apanhamos juntas… ainda me lembro quando me vinhas dar nas orelhas por causa do Jorge e assim que eu entrava no bar da escola ia direito a ti e tu dizias “Oh amor não te preocupes isso volta, é só preciso tempo”, quantas vezes me disseste que ele não me tinha esquecido, quantas vezes me disseste para eu seguir sem olhar para traz, quantas vezes te disse “eu acho que isto ou aquilo é errado” ou “Marta não te deixo ir abaixo”… Já passamos mesmo tanto neste tempo que foi passando e a faculdade chegou, exames, frequências, amizades, bebidas, saídas, amizade, noitadas, alegria, lágrima, amizade, amor… já referi amizade? SIM! Amizade acima de qualquer outra coisa. Vi aquela pequena tornar-se mulher. Cresceu. Sofreu a meu lado, viveu comigo cada problema, cada confusão e sem nunca precisar de dizer “preciso de um abraço” o abraço estava sempre lá mesmo quando os olhos inchados já mal se abriam. Lembro-me de passar dias enfiada na cama sem ver a luz do dia, escondida, e daquela pequena me vir resgatar, nunca me deixou no escuro, mostrou-me sempre a luz do dia, a luz da vida, tal como eu lhe fui fazendo.


-Este é antigo e para alguém que sempre esteve comigo :)

4 comentários:

  1. Fogo, e pronto, lá a Marta se desfez em lágrimas. Amo-te melhor amiga e vou estar sempre contigo, sabes disso, vamos ser velhas e gordas (muahaha) e vamos sempre reviver todos esses momentos. <3

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    1. Porque é que temos de ser velhas e gordas? Não podemos ser só velhas e lindas?
      <3

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    2. Cof cof estás a tirar o dramatismo à coisa! Já basta sermos bonitas a vida toda, lá no final a coisa pode ir deteriorando quando à gordura o Mac não vai permitir outra coisa! XD

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    3. Oh pronto, velhas, feias e corcundas de bengala então ahah

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