quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Hoje pensei em escrever a nossa história


Hoje pensei em escrever a nossa história e talvez isso me acalmasse o coração, talvez a corrente do rio que teimo em travar dentro de mim parasse, talvez o mundo parecesse melhor, talvez olhasse para trás e tudo fizesse sentido. Não faz.


Não há sentido numa partida que não se deseja. Não há sentido nas promessas quebradas, muito menos sentido existe num coração que deixou de o ser. E tudo o vento levou, ou levaste tu e deixaste-me despojada de vida.

Hoje pensei em escrever a história de um amor; mas depois pensei: qual amor? Um amor não acaba num pestanejar de olhos, não acaba porque o relógio pára, porque o café amarga, não acaba porque chove lá fora, não acaba porque sim… um amor não acaba. A paixão sim, um amor não. 

Não há promessas e bons momentos que paguem o presente. “O passado fica lá atrás” não é o que se costuma dizer? E se o passado for ainda o presente?

Hoje pensei em escrever uma história. Mas a recordação do sorriso estupido que sempre trazias vestido é o pior dos antídotos para uma mulher seguir a sua vida. 

De recordações não se escreve a historia, dos fracos não reza a lenda, e entre letras, palavras e exaustão de frases é aqui que me apercebo…não há narrativas que valham a pena.

“Foste a maneira mais bonita de errar” mas há erros que não valem a pena. Se um dia voltares, se abrires aquela porta, traz-me contigo, traz-me de volta… talvez aí eu escreva uma história...ou talvez seja tarde demais.

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