terça-feira, 9 de outubro de 2012

Caminhámos juntas

Caminhámos juntas durante dias, meses, anos talvez, horas a fio, e eu sentia apertares-me a mão sempre que havia necessidade, olhávamo-nos como duas crianças que por momentos quiseram ser senhoras, cada uma por si. 
Caímos!
Caímos tão velozmente, sem tempo de percepção sobre cada acto, que quando tu ainda me dizias que eu perdia com o tempo, sem te aperceberes, já tu tinhas perdido tudo, tudo num único e amargo instante. Achavas-te dona do mundo, voz de uma razão que acabaste por despedaçar a caixinha da amizade que um dia te entreguei, vi-a hoje no meio de espinhos, desfeita e sem a música que antes cantávamos. A vida não foi como a pintámos, esse retrato manchou com tanta lágrima agora perdida, a vida é o que fazemos dela; é este o resultado.

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