domingo, 6 de janeiro de 2013

Chamadas de valor acrescentado pagam ordenados

2013 é um ano confuso e complicado para os televisões nacionais, quer sejam privadas ou publicas ou que passem de publicas a privadas. A crise que o país atravessa deixa cada vez mais a desejar ao serviço público, aos programas de entretenimento, às séries e a toda uma pobre programação que os canais de Portugal tentam dar ao seu público. 

A informação é monopolizada, chegamos à parte em que ou se diz o que os grandes senhores donos de Portugal e das estações querem ou « a porta da casa é a serventia da rua» e há quem precise de trabalho, sim trabalho! Porque um emprego tem contrato e regalias em vez de recibos verdes e pagamentos pela «porta do cavalo» onde se foge à segurança social e ao fisco e quando se põe «o pé na argola» lá se fica sem trabalho. 
As redacções estão cheias de estagiários, não remunerados e/ou pessimamente pagos, os programas que estavam no ar em 2012 podem não vir a estar no ar este ano, os jornalistas não sabem o futuro, os investidores sabem que não financiam mais porque primeiro estão as suas empresas e a sua boa vida, pois quando o rabo está apertado à que fugir à pressa. 
Então qual a solução para que as estações televisivas, os jornais e toda a comunicação social continue a produzir, como pagar aos funcionários? É fácil, é simples, e pouca gente nota: as chamadas telefónicas de valor acrescentado são a solução. 
Quando se vota no concorrente de um concurso em qualquer programa o valor que sai do saldo do nosso telemóvel vai para os bolsos dos outros. 
Ora se ligássemos para a SIC na altura em que «davam» carros, o valor da chamada servia não só para pagar os carros mas ainda para os subsídios dos funcionários da estação. Mas se votássemos na Casa dos Segredos da TVI o valor da chamada fazia parte do prémio do grande vencedor, do dinheiro amealhado ao descobrirem os segredos dos outros concorrentes e ainda dava ordenado à Teresa Guilherme e ao resto da equipa… com jeitinho ainda dava para pagar outros ordenados que nada tinham a ver com o programa. 
É este o desenho de um país afundado, é a crise e as aldrabices dos senhores que mandam e desmandam em Portugal e no que dizemos. Na escola aprendemos que a censura condicionou a cultura nacional e que falta de liberdade de expressão limitou o pensamento português, mas isso não acabou tudo em 1974 com a Revolução dos Cravos? Parece que não, afinal como se diz em inglês «a penny for your thoughts», ou seja, cada pensamento tem um valor e é esse valor que tentam na actualidade injectar nas contas de todos os que os querem libertar. 

«Ganhe um carro para nós calarmos o mundo» será este o próximo slogan de uma das nossas estações? Continuaram elas a «leiloar» carros enquanto enchem os bolsos que pagam aos funcionários e que calam o mundo? E que mundo é este que se deixa subornar?

É o mundo da crise em que só sobrevive quem tem dinheiro, e esse só os grandes senhores, com os grandes esquemas, conseguem governar.

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