domingo, 6 de janeiro de 2013

Desabafos

Ás vezes é mais complicado do que se pensa querer dizer algo quando sabemos que não é bem recebido, quando supomos as reacções e sabemos que meia-dúzia de frases vão ser desprezadas e que cada palavra será ignorada por simples teimosia e rancor ainda guardados. Noutros tempos não era assim, e o mal poderá ter sido o tempo passar demasiado depressa sem que se pudesse parar pelo menos umas horas para que alguém ou algo se perceba. Outras vezes é por o tempo andar tão devagar que não consegui-mos alcançar o que queremos por mais que a gente corra. Faz parte daquilo a que chamam Vida não será? Andar a velocidade que o tempo quer. 
Vida: jogo das escondidas com o tempo e com os sentimentos. Encontras melhor definição? Eu não.
E talvez não encontre porque cada vez me parece mais óbvio que nos deixamos controlar por ela em vez de sermos nós a controla-la, ou até porque passado tanto tempo (e a palavra tanto pode apenas ser um eufemismo ou então muito mais que isso dependendo da perspectiva que cada um de nós decide escolher, provavelmente a tua não será a mesma que a minha). 
Mas o que se pode fazer se não deixar-mos que as coisas continuem avançando com a corrente que o mar nos traz; umas vezes as coisas aproximam-se, outras afastam-se; umas vezes queremos nadar até ao fim, mas a corrente não deixa, outras queremos estar estagnados e a corrente leva-nos para um rumo desconhecido. 
“Andamos ao sabor do vento”, como diria a minha avó se eu lhe mostrasse o texto. Eu ando mais ao sabor da chuva, das marés, sou Peixes e provavelmente isso diz tudo. Não sou do tipo de ficar sentada, mas também me canso rapidamente, não desisto, mas também não luto sozinha, não acredito em contos de fadas, mas ainda acredito que os grandes e verdadeiros amores que nascem do fundo do coração…podem vencer. 


 Basta um sorriso, um olhar.

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