terça-feira, 30 de outubro de 2012

F.S


Nem tudo faz sentido quando o sentido já deixou de existir, e se alguma vez chegou a existir depressa se desfez antes que o desfizessem e aí soubessem que jamais existiria.

Os textos já não fazem sentido, a devoção que um dia lhes dei acabou por fugir, ela sabia que um dia haveria um desfecho, e antes que o extremo chegasse fugiu de mim. Era um vício, um desabafo eterno deitado para o papel, palavras mudas escritas por um coração com saudade, que mais que nunca, durante 4 anos necessitou de sentir perto do que já não podia estar; agora não é que já não precise, mas essa necessidade percorre lágrimas de um rosto molhado, e por isso este rosto frio em que o sorriso quente arrefeceu, o que eram as cores quentes, o amarelo, o rosa, o vermelho, o que era a vida, tornou-se, lamentavelmente, a morte, o preto, o roxo, o cinzento, incansavelmente tomaram conta de mim, do sonho...
Por muito esforço que se faça nada volta, os sítios que eram os do costume tornaram-se vulgarmente cansados de pessoas que sempre lá estiveram mas que se esqueceram, o tempo não permite que todos se lembrem, e mesmo, haverão pessoas que o fazem de propósito, e tudo cai no baú do esquecimento. Mas eu nunca te esqueci, nem sequer o irei fazer, porque a melhor memória que tenho de ti, o céu azul que os teus olhos reflectiam e o beijo que todos os dias me davas e com indiferença dizias “então já acabou por hoje?”.

Passado, durmo lado a lado com ele, e busco-te a cada instante no céu brilhante da noite!

(Meu eterno, F.S)

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